Olá
amigos,
Hoje
vou postar o poema escrito pelo meu amigo Jovany. Esse trabalho foi
publicado no Caderno Literário do Diário Oficial no ano de 1965, quando o Jovany
tinha apenas 10 anos de idade. Legal, né?
O
poema fala sobre uma cidade de fantasia, muito especial. Com certeza, vocês
irão gostar!
Jovany e eu, no dia do lançamento do seu livro mais novo.
"O DONATÁRIO"
A CIDADE QUE EU VISITEI
Os olhos cerro bem
fundos
no meu quentinho
leito
e sonho com outros mundos
onde passeio satisfeito.
Inda ontem era uma aranha
e entrei em uma cidade,
mas que cidade estranha
pena não ser de verdade!
Com casas de feijão
escorria feito enxurrada
nas ruas de requeijão
um monte de feijoada.
Um chafariz de pamonha
vertia carreiras de mel,
muito vinho Borgonha
champanhe e moscatel.
Um empadão descoberto
do jardim era canteiro
e por flores tinha, esperto,
recheios de frango inteiro.
Só haviam na escolinha
cartilhas de beiju
carteiras de farinha
mesas de milho cru.
Os seus muitos habitantes
cada homem e sua dona
eram todos de barbantes
com cabeça de azeitona.
O prefeito, esse era
sorvetão desse tamanho
e assim (também pudera)
derretia ao tomar banho!
O soldado de polícia
ao preso vivia grudado.
Sua algema, que delícia,
era toda de melado.
O doutor só receitava
bala chita e de hortelã.
A doença desbotava
deixando a pessoa sã.
Em vez de injeção
o dentista, tão bonzinho,
para tirar infecção
dava suco em canudinho.
De chocolate, o trenzinho
apitava na estação,
pedindo leite quentinho
para dobrar o fumação.
E olha só que confusão:
seu padre um tomatão,
um tomatinho o sacristão
de ketchup a procissão.
E todo o povo era ricaço,
pois para ninguém ser avarento
havendo tanto ar no espaço
o dinheiro era... de vento!
e sonho com outros mundos
onde passeio satisfeito.
Inda ontem era uma aranha
e entrei em uma cidade,
mas que cidade estranha
pena não ser de verdade!
Com casas de feijão
escorria feito enxurrada
nas ruas de requeijão
um monte de feijoada.
Um chafariz de pamonha
vertia carreiras de mel,
muito vinho Borgonha
champanhe e moscatel.
Um empadão descoberto
do jardim era canteiro
e por flores tinha, esperto,
recheios de frango inteiro.
Só haviam na escolinha
cartilhas de beiju
carteiras de farinha
mesas de milho cru.
Os seus muitos habitantes
cada homem e sua dona
eram todos de barbantes
com cabeça de azeitona.
O prefeito, esse era
sorvetão desse tamanho
e assim (também pudera)
derretia ao tomar banho!
O soldado de polícia
ao preso vivia grudado.
Sua algema, que delícia,
era toda de melado.
O doutor só receitava
bala chita e de hortelã.
A doença desbotava
deixando a pessoa sã.
Em vez de injeção
o dentista, tão bonzinho,
para tirar infecção
dava suco em canudinho.
De chocolate, o trenzinho
apitava na estação,
pedindo leite quentinho
para dobrar o fumação.
E olha só que confusão:
seu padre um tomatão,
um tomatinho o sacristão
de ketchup a procissão.
E todo o povo era ricaço,
pois para ninguém ser avarento
havendo tanto ar no espaço
o dinheiro era... de vento!
Jovany Sales Rey