sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Sobre o livro "O Meu Pé de Laranja Lima"

Olá amigos, 

Ontem e hoje participei de uma Oficina de Criação Literária no SESC/Glória com a escritora Ninfa Parreiras. Ela passou um exercício que consistia em produzir um texto pequeno sobre a primeira experiência de leitura que mais nos tocou. Escolhi escrever um pequeno poema sobre o livro "O Meu Pé de Laranja Lima" de José Mauro de Vasconcelos, pois ele foi um livro muito marcante na minha infância e adolescência. Nem sei quantas vezes reli esse livro. É uma bela história, leve, emocionante e poética que recomendo para qualquer pessoa que tenha sensibilidade, de crianças a idosos. Não consigo imaginar minha infância sem a influência da alegria, aventuras e desventuras do Zezé.




No meu baú de memórias,
o que ainda me fascina.
É a solitária criança
compartilhando histórias
com um pé de laranja lima...

(Andra Valladares)



segunda-feira, 1 de setembro de 2014

ANÚNCIOS CARENTES ( POEMAS DE ALMIR CORREA)


Olá amigos!


Hoje descobri um livro de poemas muito legal. De forma criativa e com muito senso de humor, o autor Almir Correia mostra como é triste a vida dos animais abandonados e como eles sofrem com isso. 

Esse livro deveria ser lido por todos, crianças, jovens, adultos e idosos. Infelizmente muita gente enxerga os animais como "seres inferiores" que servem apenas para serem explorados e depois de perderem a "utilidade" não merecem mais viver. E assim esses animais são simplesmente "jogados fora".

Assim, vemos diariamente pelas ruas animais abandonados, hostilizados, massacrados... 

Vamos pensar assim: "Nesse mundo que Deus criou não existe ser inferior ou superior. Todos nascemos do útero da mesma mãe: Gaya, a Terra..."






SOU DUQUE

Viro lata
viro balde
viro até pneu
mas se você quiser
não viro nada
só pra você 
ser dono meu.



SINCERIDADE


Tô na rua
no frio
na chuva
tô no vento

Tô na sorte
na lua
na esquina
no lamento

Tô sozinha
com fome
com sede
sem coberta
sem parede

Sou só eu
mas em breve
serei seis
ou mais
todos vira-latas feito eu
cheios de carinhos
lambidas
olhos vivos
orelhas em pé
e rabinhos abanando "eu te amo".



PANGARÉ

Pan
pan
pan
Pangaré
meu ex-dono
nunca me fez cafuné
pan
pan
pan
Pangaré
me trocou por moto
me deu chute na ré

Hoje caminho pelas estradas
vou pelas beiradas
rumino a solidão

Se alguém me quiser
estou aí
cheio de feridas
mastigando 
as injustiças da vida.


BICHINHO ADOTADO

Quem quiser adotar
um bichinho abandonado
aqui vai um recado
bichinho adotado é pra sempre
é amigo
é irmão
é parente
bichinho adotado
é nossa alma em outro ser
bichinho adotado
é outra alma
em nosso viver.





(*) Os poemas acima foram extraídos do livro ANÚNCIOS CARENTES DE BICHOS ABANDONADOS POR GENTE (ALMIR CORREA)




Sobre o autor:



ALMIR CORREA é escritor de mais de duas dezenas de livros, sempre trabalhando com o humor e fazendo do livro uma gostosa brincadeira. 



Suas principais publicações são: "POEMAS MALANDRINHOS" ; "POEMAS SAPECAS" ; "RIMAS TRAQUINAS" ; "ANÚNCIOS AMOROSOS DOS BICHOS" ; "TRAVA-LÍNGUA QUEBRA-QUEIXO REMA-REMA REMELEXO"  e  "O MENINO COM MONSTRO NOS DEDOS".  


Almir é também roteirista, criador e diretor da série de animação "Carrapatos e Catapultas" (Projeto Anima TV - Rede Cultura de Comunicação). 


No blog http://carrapatosecatapultas.blogspot.com há muitos desenhos e diversão. Para entrar em contato com o autos, você pode escrever para o e-mail almircor@yahoo.com.br .

sexta-feira, 11 de julho de 2014

A MENINA IRREQUIETA (Andra Valladares)









Menina inquieta, levada da breca.
Não faz seu estilo brincar de boneca.
Parece um moleque, correndo na rua.
Jogando queimada, bem descabelada...

Sabe soltar pipa e rodar peão.
Até joga bola se falta opção.
Mas não aprecia jogo de botão,
pois a "fera" gosta é de muita ação...



Joga amarelinha, brinca de esconder,
de pique bandeira, “O mestre mandou”...
Pula no elástico, roda bambolê,
pendura nas árvores, corre de patins,
e pra completar, dança até cansar...



Ah! Quanta energia tem essa menina...
Que agitação!!!”
Diz a mãe, preocupada, vigiando no portão.


Na escola é difícil prestar atenção.
A cabeça não para na sala de aula.
Vagueia no espaço...
Enquanto a “fessora” ensina a lição,
a menina inquieta, com os olhos vidrados,
sentada, quietinha... Viaja a Plutão!


Adora animais. E sempre que encontra
na rua, um gatinho ou cão vira-lata,
os leva pra casa e esconde os bichinhos 
para a mãe não ver.
Quando ela os encontra e lhe passa um sermão... 
A menina explica, com cara de "santa":
“Eles me seguiram, o que posso fazer?”



Mas essa menina, além de agitada,
e estabanada. É um tanto sensível...
Ela se encanta com o por-do-sol.
E sente a brisa da noite com os olhos fechados.
Deitada na calçada, aprecia as estrelas.  
Com a lua conversa e seus ricos sonhos, 
a ela confessa...

Se é dia de chuva, corre pra janela
Pra inspirar bem fundo o ar perfumado,
com cheiro gostoso da terra molhada...


Além de brincar, jogar, correr, pular
dançar, escalar, resgatar, esconder...
Ufa...

Prestem atenção! A garota também tem
seus momentos de concentração.
Na arte se encontra. Viaja nos livros, 
escreve, canta e inventa canções...
  

Menina irrequieta, levada da breca...
Cresceu... Cresceu... Tornou-se poeta!


(Andra Valladares)


 





quinta-feira, 10 de abril de 2014

PARLENDAS



Olá amiguinhos!


Hoje vamos falar um pouco sobre as parlendas. As parlendas são versos com temática infantil muito utilizadas por crianças e adultos em brincadeiras. Geralmente as parlendas fazem parte do FOLCLORE e por esse motivo são consideradas importante fonte cultural de um povo.  


Alguns exemplos de parlendas:




Dedo mindinho,
seu vizinho,
pai de todos,
fura-bolo,
mata-piolho.






Era meia-noite
em uma casa mal-assombrada.
A bruxa com a faca na mão...
Passava manteiga no pão!
Passava manteiga no pão!




Sol com chuva,
casamento de viúva.
Chuva com sol,
casamento de espanhol.





A vovó da Mariazinha
fez xixi na panelinha
a falou pra todo mundo
que era caldo de galinha!







Abaixo, vou publicar uma parlenda de minha autoria e outra criada hoje pelo meu filho Gabriel.


ENTREI NA MATA...
(Andra Valladares)


Entrei na mata e vi um lobo
Correndo atrás do rabo feito um bobo.

Entrei na mata e vi um tamanduá
Caçando formigas pra lá e pra cá.

Entrei na mata e vi um macaco
Gritando feito louco e atirando coco.

Entrei na mata e vi um jacaré
Temendo virar bolsa, ele deu no pé.

Entrei na mata e vi um coelhinho
Que correu para sua toca, bem rapidinho.

Entrei na mata e vi uma borboleta,
Voando entre as flores, toda satisfeita.

Entrei na mata e vi uma onça
Macia e pintada, parecendo uma almofada.

Entrei na mata e vi um saci
Fiquei com muito medo e de lá fugi...





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O canguru deu uma festa
e chamou toda a bicharada.
O bolo caiu,
todo mundo riu...

(Gabriel  Sarmento)







quinta-feira, 27 de março de 2014

REGATO (Ângela Duarte)





REGATO


Desliza alegre
e brincalhão.
Por entre as pedras
se faz canção.


Atrai um bando
de passarinhos,
apanha flores
pelos caminhos.


Sua água fresca

e cristalina
bordeja a mata,
casa e colina.



As vezes calmo,
ora bravio...
É seu destino
juntar se ao rio.


(Angela Duarte) 

quarta-feira, 26 de março de 2014

O BURRINHO (Andra Valladares)




O Burrinho


Vai o burrinho pela estrada,

com seu fardo bem pesado.
Tomando sol no lombo,
coitado!

Vai de cabeça baixa,
sempre olhando para o chão,
para ver se está pisando
em terreno firme ou não. 

Burro que é burro trabalha
de manhã até à noitinha.
Dorme em pé em sua baia,
sonhando com o outro dia...

E começa tudo de novo:
o peso, a estrada, o sol...
Mas o burrinho vai satisfeito
pois gosta do labor bem feito.

Ele não tem sequer a ideia
do que é a felicidade.
Acha que é alguma coisa
que se compra na cidade.

Se não sabe o que é ser feliz,
também não sabe o que é ser triste,
nem que a lágrima existe...
Burro que é burro, não chora não!


(Andra Valladares) 



ILUSTRAÇÃO: Emerson Fialho - http://emersonfialhoartblog.blogspot.com.br/