sexta-feira, 11 de julho de 2014

A MENINA IRREQUIETA (Andra Valladares)









Menina inquieta, levada da breca.
Não faz seu estilo brincar de boneca.
Parece um moleque, correndo na rua.
Jogando queimada, bem descabelada...

Sabe soltar pipa e rodar peão.
Até joga bola se falta opção.
Mas não aprecia jogo de botão,
pois a "fera" gosta é de muita ação...



Joga amarelinha, brinca de esconder,
de pique bandeira, “O mestre mandou”...
Pula no elástico, roda bambolê,
pendura nas árvores, corre de patins,
e pra completar, dança até cansar...



Ah! Quanta energia tem essa menina...
Que agitação!!!”
Diz a mãe, preocupada, vigiando no portão.


Na escola é difícil prestar atenção.
A cabeça não para na sala de aula.
Vagueia no espaço...
Enquanto a “fessora” ensina a lição,
a menina inquieta, com os olhos vidrados,
sentada, quietinha... Viaja a Plutão!


Adora animais. E sempre que encontra
na rua, um gatinho ou cão vira-lata,
os leva pra casa e esconde os bichinhos 
para a mãe não ver.
Quando ela os encontra e lhe passa um sermão... 
A menina explica, com cara de "santa":
“Eles me seguiram, o que posso fazer?”



Mas essa menina, além de agitada,
e estabanada. É um tanto sensível...
Ela se encanta com o por-do-sol.
E sente a brisa da noite com os olhos fechados.
Deitada na calçada, aprecia as estrelas.  
Com a lua conversa e seus ricos sonhos, 
a ela confessa...

Se é dia de chuva, corre pra janela
Pra inspirar bem fundo o ar perfumado,
com cheiro gostoso da terra molhada...


Além de brincar, jogar, correr, pular
dançar, escalar, resgatar, esconder...
Ufa...

Prestem atenção! A garota também tem
seus momentos de concentração.
Na arte se encontra. Viaja nos livros, 
escreve, canta e inventa canções...
  

Menina irrequieta, levada da breca...
Cresceu... Cresceu... Tornou-se poeta!


(Andra Valladares)